Quando falamos em saúde mental, muitos ainda pensam apenas em terapia e medicação. Mas a mente — assim como o corpo — é profundamente influenciada pela base nutricional. O cérebro consome cerca de 20% de toda a energia do corpo, e essa energia precisa vir de fontes adequadas. Não existe clareza emocional sustentada em jejum crônico de nutrientes.
Se queremos uma mente estável, precisamos começar pelo que colocamos no prato.
Antes de tudo: você pode estar se sentindo assim
Cansaço constante. Irritabilidade. Sensação de estar no limite, sem paciência com ninguém. Dores vagas, sono leve, ansiedade sem motivo aparente. E, no fundo, a impressão de que tudo isso é “normal” — só mais um efeito da vida adulta. Mas e se não for? E se sua mente estiver pedindo socorro através do corpo?
Muitas mulheres chegam ao consultório assim: sobrecarregadas, emocionalmente frágeis, fisicamente esgotadas. E a explicação, muitas vezes, começa no prato.
A mente também sente fome (bioquímica)
Déficits nutricionais estão entre as causas silenciosas de quadros como ansiedade, irritabilidade, insônia e fadiga crônica.
Vitaminas do complexo B, magnésio, ferro, zinco, ômega-3 e triptofano são só alguns dos nutrientes com impacto direto na regulação dos neurotransmissores como serotonina, dopamina e GABA.
👉 Uma alimentação pobre, ultraprocessada ou restritiva demais pode funcionar como sabotagem bioquímica para o humor e o raciocínio.
Estratégias práticas para a alimentação do cérebro
Uma boa saúde mental começa com escolhas conscientes e consistentes:
Inclua proteínas de qualidade: carnes magras, ovos, queijos curados e leguminosas favorecem a produção de neurotransmissores. E elas devem estar presentes no seu prato, ao menos, em 3 refeições do dia.
“Coma o arco-íris”: quanto mais colorido o prato (de alimentos naturais), maior a diversidade de vitaminas, minerais e antioxidantes.
Reduza açúcar e farinha branca: eles aumentam o açúcar no sangue muito rapidamente e esses picos glicêmicos favorecem irritabilidade e sensação de fadiga.
Consuma gorduras boas: azeite, abacate, castanhas e peixes como salmão são aliados potentes do sistema nervoso.
Quando a suplementação é necessária?
Mesmo com boa alimentação, nem sempre conseguimos atingir níveis ideais de certos nutrientes — especialmente em contextos de estresse, doenças crônicas, uso de medicamentos ou dietas restritivas.
Avaliações laboratoriais individualizadas são fundamentais, mas alguns suplementos que costumam ser utilizados como aliados no equilíbrio da saúde física e mental são:
Ômega-3 (EPA/DHA) – anti-inflamatório cerebral, com efeito estabilizador do humor.
Magnésio – relaxante neuromuscular, útil em quadros de ansiedade, TPM e insônia.
Vitaminas do complexo B – cofatores para produção de serotonina e energia mental.
Vitamina D – moduladora do sistema imune e do humor.
L-teanina e triptofano – aminoácidos que favorecem relaxamento e sono reparador.
⚠️ Importante: A suplementação deve sempre ser orientada por um profissional de saúde, com base em exames, sintomas e histórico individual. Suplemento não é bala mágica — é ferramenta de apoio.
Saúde integral exige uma visão integrada
Nutrição não substitui terapia. Mas é impossível esperar estabilidade emocional em um corpo desequilibrado, mal nutrido ou inflamado. Cuidar do corpo é também um ato de respeito à mente e à alma.
No meu trabalho como médica com especialização na área de psiquiatria, integro avaliação clínica, escuta qualificada e investigação nutricional para um cuidado mais completo e transformador. Porque saúde mental não é apenas ausência de sofrimento — é presença de clareza, energia e propósito.
Se você sente que sua saúde mental anda oscilando mesmo com esforço, talvez seu corpo esteja pedindo um cuidado mais profundo. Agendar uma consulta pode ser o primeiro passo para restaurar esse equilíbrio.
Saúde Mental é Vida!